10.5.08

A voz coletiva: depoimentos de quem participou da III CNMA

Enquanto os delegados se reuniam para a plenária da III CNMA (acompanhe o resultado final da conferência nos próximos posts), colhemos as impressões e esperanças da coletividade que circulou pela conferência. No videoclipe, uma homenagem àqueles que fazem parte da brava gente que fala, luta, critica e principalmente, acredita que dá pra fazer acontecer....

“Espero que as deliberações sejam realmente efetivadas pra gente poder trabalhar... no Semi-Árido já sentimos os problemas das mudanças climáticas; ora faz calor acima do normal, ora chove demais.. mas o que vou levar daqui é o estímulo de ter conhecido tanta gente guerreira”
(Dionísio Carvalho, Rede Ambiental do Piauí)

O movimento da conferência é intenso, pois propicia a conexão entre os atores, e a educação ambiental teve um terço dos delegados, mostrando nosso poder de mobilização... e agora? Nós da educação ambiental ainda estamos distantes da articulação política. O poder público e a sociedade civil precisam se debruçar sobre as deliberações da conferência, que foram votadas, para transformar em ações. E o papel político e articulador do educador ambiental é fundamental.”
(João Paulo Sotero, analista ambiental do Ibama, DF)

“A conferência é um momento de consolidar processos. Mas ainda não fizemos algumas deliberações propostas nas anteriores... porém, estamos no bom caminho. Precisamos saber como transformar o sonho e as políticas em práticas, cada vez mais! “
(Tita Vieira, diretora de Educação Ambiental do estado da Bahia)

“Tanta gente participando da conferência mostra que o poder público se preocupa em mobilizar, mas creio que faltam ações mais contundentes. Nós do Coletivo Jovem fizemos articulações e conseguimos dois delegados representativos, inserindo a juventude no processo. Mas o melhor de tudo é o contato com pessoas de todo o Brasil, pois descobrimos experiências para depois desenvolver em meu estado”.
Diego Emiliano Gimenez, CJ Rondônia)

“Os grupos de trabalho tiveram boas propostas para deliberar. NO GT que mais acompanhei, o de Recursos Hídricos, as discussões foram bem qualificadas. O fundamental agora é que elas virem ações do poder público, em número ainda maior da conferência anterior.”
(Adalcira Santos Bezerra, consultora de educação ambiental do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco/MMA, DF)

“O estado cumpriu o seu papel, mas agora precisamos de um conselho para controlar as deliberações aprovadas na conferência. Participamos de uma moção para transformar as CNMAs em agendas ambientais, para acompanhar as propostas... quanto ao evento em si, deixo uma sugestão: faltou interação com o ambiente local! A programação do próximo poderia incluir visitas aos biomas, para conhecer a nossa realidade socioambiental, e ainda mostrar os nossos produtos aos outros Estados.”
(Antonio Maurício Bernardes, delegado pelo DF e Sociedade Amigos das Veredas, componente do Coletivo Educador da Bacia do Descoberto, DF)

“Participei da conferência representando a comunidade tradicional indígena e acho que os saberes tradicionais têm que ser incorporados à discussão política. Fizemos uma moção para que 10% dos povos indígenas tenham cadeiras como delegados nas próximas conferências. Também queremos participar do Conselho Nacional de Recursos Hídricos”.
(Srewe da Mata de Brito, delegado pelo TO e componente da Comissão Nacional do Cerrado Sustentável. Faz parte da tribo xerente, de Tocantina, TO)

“Me identifiquei com esse evento que estou trabalhando, porque sou um cara que faço a minha parte pelo meio ambiente e acredito que isso é que faz a diferença também... gostei de trocar idéia com gente do Brasil inteiro e sugiro até um outro tema de conferência, só sobre cidadania”.
(Nei Rocha, segurança, DF)

“Para te falar a verdade, muitas pessoas estão reclamando que estamos distribuindo café em copo de plástico; aí eu vejo uma pessoa na minha frente vendendo minhocário ecológico de plástico! Isso me faz pensar que as pessoas falam, mas muitas vezes não fazem. Onde moro (cidade satélite de Samambaia-DF) nem todo mundo faz o que precisa pra melhorar o meio ambiente. Tem que educar, mas tem que ter lei também... na TV fala que a gente tem separar o lixo, eu já tenho um monte de pilhas e baterias mas nem sei pra onde levar! Ainda não dá, né?”
(Ana de Sousa, autônoma e atendente de lanchonete, DF)

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